Mini-biografias do episcopado em Alagoas
Dom Antonio Manoel Castilho Brandão (1849–1910). Natural da região que hoje corresponde ao município alagoano de Mata Grande, Dom Antonio Manoel Castilho Brandão nasceu no dia 14 de agosto de 1849, filho do Major Antonio Manuel Castilho Brandão e Maria Barbosa da Conceição de Castilho Brandão. Iniciou sua vida religiosa no ano de 1868, quando ingressou no Seminário de Olinda, tendo sido ordenado sacerdote em 30 de maio de 1874. Em 7 de setembro de 1894 foi nomeado pelo Papa Leão XIII Bispo da Diocese do Pará (1894-1900) e, posteriormente nomeado o primeiro Bispo da Diocese de Alagoas (1900-1910). Foi sua responsabilidade organizar o recém-criado bispado. Entre as suas principais realizações tem-se a fundação do Seminário Diocesano de Alagoas em 1902. Faleceu em 15 de março de 1910. Seu túmulo se encontra situado ao lado do altar-mor da Catedral de Maceió.
“(...) A instrução se difunde com a instituição do grande e pequeno Seminário. Naquele se formam na piedade e nas ciências sagradas dos futuros levitas do Senhor, encarregados da administração dos Santos Sacramentos instituídos para a Santificação das almas (...)”
Carta pastoral de Dom Antônio Manuel Castilho Brandão Saudando seus diocesanos do dia de sua Posse, 23 de agosto de 1901.
Foto: D. Antônio Manoel Castilho Brandão. Fonte: Arquidiocese de Maceió.
https://www.centenarioarqmaceio.com.br/bispos/1-dom-antonio-manuel-de-castilho-brandao/
Colaboração: César Leandro Santos Gomes (Mestre – História – UFAL)
Dom Manuel Antonio de Oliveira Lopes (1861-1922). (São Gonçalo de Campos – Bahia 2/10/1861; São Salvador – Bahia 27/07/1922). 2º Bispo e 1º Arcebispo de Alagoas. Foi ordenado a 20 de novembro de 1886, cônego a 19 de março de 1905 e sagrado bispo a 9 de setembro de 1908, tinha o título de Tabes como coadjutor do Ceará, até sua transferência, por Pio X, para Alagoas a 26 de novembro de 1910; assumiu a diocese por procuração em 12 de março de 1911 e fez sua entrada solene na capital Maceió no dia 7 de abril de 1911. Foi elevado a arcebispo a 19 de setembro de 1920. Após seu falecimento na Bahia em 1922 teve seu corpo transladado para Maceió e está sepultado ao lado do altar-mor da Igreja Catedral. Durante sua atuação em Alagoas fundou o Cabido metropolitano e o jornal O Semeador, ambos no ano de 1913. Promoveu durante o centenário da emancipação política, em 1917, um Primeiro Congresso Catholico de Alagoas, como parte das comemorações e estratégia de defesa dos interesses da religião, cujos temas principais foram apresentados em sua Carta Pastoral de 15 de agosto de 1917.
(...) Deveres da hora presente
O homo inimicus, de que nos fala o evangelho ateando entre os povos o fogo de todas as paixões, provocou o grande incêndio da conflagração européa, do qual as pavorosas chamas se vão estendendo, mundo em fora, ameaçando sorver numa destruição geral todas as nações e até o nosso formoso e estremecido paiz. Momento doloroso e afflictivo para nossa Patria este que atravessamos, está exigindo do espirito brasileiro a effectividade do seu amor e do seu patriotismo tradicional. (...)
Carta Pastoral de D. Manuel Antônio de Oliveira Lopes, 15 de agosto de 1917.
Colaboração: Profa. Dra. Irinéia Maria Franco dos Santos (História – UFAL)
Primeiro Congresso Catholico de Alagoas. Realizado entre 9 e 16 de setembro de 1917, em Maceió. O Congresso, idealizado pelo segundo bispo D. Manoel Antônio de Oliveira Lopes, tinha por objetivo “primordial tratar dos interesses catholicos da diocese, comemorando ao mesmo tempo a data de 16 de setembro de 1917, que relembra a elevação da antiga comarca a categoria de capitania independente de Pernambuco”. No contexto das relações entre Igreja e Estado no Brasil, nos primeiros anos da República, ainda conturbados, tem-se as relações “cordiais” de poder em Alagoas e a elaboração de um discurso que busca na tradição, a afirmação da identidade católica militante como a essência da nacionalidade e do patriotismo.
“Com o despertar do espirito religioso no Brazil acentuou-se também o patriotismo amortecido no coração do povo. Reatou-se por esse modo o fio de uma tradição há muito tempo interrompida e em virtude da qual fora o nosso clero o máximo fator no desdobramento da civilização brasileira e nas grandes reformas sociaes de que hoje nos desvanecemos” (...).
Moreno Brandão, in A PYRAUSTA, Ano I, número 8, 28 de março de 1917, p. 8.
Colaboração: Profa. Dra. Irinéia Maria Franco dos Santos (História – UFAL)
D. Santino Maria da Silva Coutinho (1868–1939). Nasceu em 17/12/1868 na comarca de Areia, atual município do Estado da Paraíba. Educado numa família cristã, estudou em Roma no Colégio Pio Latino-Americano e doutorou-se em filosofia, teologia e direito canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana. Foi consagrado arcebispo de Belém do Pará, quando então foi transferido para a arquidiocese de Alagoas, tomando posse em 16/09/1923. Seus principais feitos enquanto arcebispo foram nos auxílios ou participação direta em associações de caridade, como por exemplo, a Casa do Pobre. Reformou o prédio do seminário arquidiocesano e participou diretamente da fundação do Colégio de São José, em 06/02/1934. Faleceu no dia 10/01/1939 em João Pessoa e teve seu corpo transferido para Maceió, quando foi sepultado na Catedral Metropolitana no dia 12/01/1939.
“Declaro ainda e protesto querer viver e morrer na Fé católica
em cujo grêmio nasci e fui educado (...)”
ARQUIVO DA CÚRIA METROPOLITANA DE MACEIÓ.
Testamento cerrado deixado por D. Santino da Silva Maria Coutinho (cópia). 1938)
Colaboração: Élida Kássia Vieira da Silva (Licenciada – História – UFAL)
Dom Ranulpho da Silva Farias (1887-1963). Nascido em 12 de setembro de 1887, em Nazaré, no estado da Bahia, filho de Antônio da Silva Farias e de D. Emília da Silva Farias. Foi seminarista no Seminário de Santa Tereza, pertencente ao Arcebispado da Bahia, em 1901. Posteriormente, tornou-se presbítero na mesma cidade, sendo ordenado por Dom Jerônimo Tomé da Silva, Arcebispo Primaz, em 3 de abril de 1910. Em 28 de novembro de 1920 assumiu o bispado de Guaxupé, no sul de Minas, eleito pelo papa Bento XV, onde exerceu o cargo por 19 anos. Em 1939 Dom Ranulpho foi promovido Arcebispo de Maceió, pelo Papa Pio XI, função que exerceu de 1939 a 1963, ano de sua morte. Dentre as suas realizações mais proeminentes durante seu arcebispado em Alagoas se destaca o estabelecimento da Ação Católica, cujo objetivo era atuar junto à população com programas de caráter social com base em práticas assistencialistas. Também exerceu forte combate ao comunismo.
“Interessai-vos, ardentemente, pela causa do catolicismo, pela sorte da Santa Igreja, pelo beneficiamento sobrenatural das almas, pela renovação da sociedade em Cristo, pelo levantamento do nível moral, pelo respeito devido às santas leis de nosso Deus.”
D. Ranulpho Farias. Carta Pastoral sobre o Apostolado da Ação Católica. Off. Graph. da Casa Ramalho. Maceió. 1943.v
Colaboração: Marney Garrido (Licenciando em História – UFAL)
Dom Adelmo Cavalcante Machado (1905-1983). (Penedo, 5 de março de 1905 — Maceió, 28 de novembro de 1983). Dom Adelmo entrou para o Seminário Arquidiocesano de Maceió/AL no ano de 1918, ordenando-se sacerdote em 04 de dezembro de 1927. Foi eleito bispo da cidade de Pesqueira/PE onde fundou a Escola Profissional de Artes, o Ginásio Cardeal Arcoverde e o Colégio da Imaculada Conceição. Em novembro de 1955 em Maceió assume como arcebispo-coadjutor, assumindo o cargo de arcebispo em 1963. Participou do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). Entre outras atividades promoveu as semanas ruralistas e os Círculos Operários, atuou na fundação da Rádio Educadora Palmares de Alagoas, fundou a Escola de Serviço Social. OBRAS: Estudos Sobre Alfabeto e a Questão Ortográfica – 1934; Carta Pastoral de Dom Adelmo Machado – 1948; O nosso Instituto Histórico – Revista IHGAL – 1973; Memória do Concilio Vaticano II – 1998.
(...) Todos os Concílios têm trazido à Igreja – uma consciência mais viva de sua responsabilidade, em face da História. A doutrina, ou os preceitos da moral em suas aplicações práticas, disciplina eclesiástica – são os temas comuns dessas assembleias da Igreja ecumênica. É a voz da Igreja, toda reunida, dizendo com o conhecimento direto dos problemas locais, o que mais convém, em dado momento da história, para ajustar o pensamento e o coração do homem batizado às exigências da Fé e da Caridade de filhos de Deus. (...)
Carta circular de D. Adelmo Machado, arcebispo coadjutor, anunciando a abertura da preparação espiritual da Arquidiocese para receber as graças do Concílio Ecumênico Vaticano II, Maceió, 21 de setembro de 1961
Colaboração: Everton de Melo (Bacharelando em História – UFAL)
D. Manuel Antonio de Oliveira Lopes. Foto Jornal O Semeador, s/d. Arquivo da Cúria Metropolitana de Maceió.
Foto: Missa campal no dia 16 de setembro de 1917, Centenário da emancipação política de Alagoas. Praça D. Pedro II. Fonte: https://www.historiadealagoas.com.br/comemoracoes-do-centenario-da-emancipacao-politica-de-alagoas-em-1917.html
Foto: D. Santino Maria da Silva Coutinho. Fonte: Arquidiocese de Maceió.https://www.centenarioarqmaceio.com.br/bispos/3-dom-santino-maria-da-silva-coutinho/
Foto: D. Ranulpho da Silva Farias. Sessão de encerramento em reunião do Círculo Operário, Maceió Ponta Grossa, 13/03/1955. Arquivo da Cúria Metropolitana de Maceió.
Foto: D. Adelmo Machado. c.1970. Arquivo da Cúria Metropolitana de Maceió.