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Cadernos de índices especializados e listas

Uma das primeiras tarefas de Dom Ranulpho Farias quando assumiu  a Arquidiocese de Maceió, em 1939, foi a organização da escrita dos Livros do Tombo e a coleta de documentos e informações sobre a história das paróquias e da fundação do bispado e arcebispado das Alagoas. A partir da organização do Arquivo, passou a montar listas de índices especializados dos livros de tombo e dos "atos e fatos mais importantes", possivelmente entre 1953 e 1956. 

            A compilação de D. Ranulpho é muito importante para o conhecimento, não só das atividades cotidianas do seu período de arcebispo e trajetória episcopal, mas funcionam também como os primeiros instrumentos de pesquisa e de acesso ao acervo do Arquivo da Cúria Metropolitana de Maceió. Abrem caminhos indicativos para pesquisas pontuais e servem, eles mesmos, como fontes para a história de Alagoas e do Brasil, especialmente no período entre 1939 e 1956. Os conteúdos e palavras-chave selecionadas por este arcebispo indicariam as maiores preocupações e campos de luta católicos: as relações econômicas e sócio-políticas entre Igreja e Estado republicano; levantamentos e dados sócio-econômicos do arcebispado via estatísticas anuais; o embate ideológico com o comunismo, o protestantismo e o espiritismo; a implantação da Ação Católica em Alagoas e a formação de certos movimentos sociais, políticos e educacionais que se fortificarão nas décadas seguintes. 

            Os cadernos são 16 brochuras, manuscritos. Sua condição de preservação está entre regular e bom. Estão todos fotografados, mas necessitam ainda de uma digitalização profissional para liberalização plena aos pesquisadores e interessados. A transcrição encontra-se em processo. As primeiras estão disponíveis em pdf, nos arquivos abaixo. São eles:

Dados biográficos de Dom Ranulpho Farias:

Dom Ranulpho da Silva Farias nasceu em Nazareth (BA), no Recôncavo Baiano, no dia 12/09/1887. 
Foi ordenado no dia 3/04/1910, pela imposição das mãos de dom Jerônimo Thomé da Silva. Presidiu a primeira Missa no dia 4 de abril do mesmo ano, na capela do seminário onde estudara, no dia 19 de abril. Lecionou latim no seminário e auxiliou as Paróquias de São Miguel da Lage e Nova Lage e foi capelão da Santa Casa de Misericórdia de Nazareth. Em 1912, foi nomeado pároco da Paróquia Nossa Senhora da Oliveira, em Oliveira dos Campinhos (BA), próxima às cidades de Santo Amaro e de Salvador. Em 1914, prestou serviços na Cúria como subsecretário do arcebispado e encarregado do arquivo. De 1913 a 1919, redigiu o “Boletim Eclesiástico”, frutos de sua inteligência e fino gosto literário. Em 1915, foi nomeado cônego efetivo e catedrático da Sé Metropolitana de São Salvador da Bahia.

Foi Bispo de Guaxupé
Nomeado bispo da Diocese de Guaxupé (MG) no dia 22/04/1920. 
Sua sagração episcopal foi realizada no dia 15 de agosto do mesmo ano, quando completou 33 anos. Adotou como lema episcopal Per ipsum et cum ipso et in ipso (Por Ele, com Ele e n’Ele).
Chegou a Guaxupé (MG), em trem especial, na tarde de sábado, 27 /11/1920, onde foi acolhido na estação ferroviária, fazendo uma saudação, dizendo: “Venho em nome de Deus, mandado pelo meu augusto representante na Terra, realizar uma tarefa nobilíssima, que é a de encaminhar os homens para o Céu”. Tomou posse na catedral diocesana no dia 28/04/1920.

O quarto bispo e terceiro arcebispo de Maceió 
Após dezenove anos de apostolado em Guaxupé, foi nomeado pelo Papa Pio XII, em 5/08/1939, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Maceió (AL). Tomou posse em 23/11/1939.
No dia 28/12/1944, o nosso Jornal O Semeador publicou a portaria do excelentíssimo e reverendíssimo arcebispo, convocando toda Arquidiocese para a mais eficiente preparação do certame religioso, que seria o Congresso Eucarístico Provincial de Ação Católica, um dos marcos de seu pastoreio.
Um dos frutos do Congresso foi a instalação do Santuário Eucarístico da Arquidiocese, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro da Cidade, onde até hoje, após a missa das 6h, o Santíssimo Sacramento fica exposto, para adoração dos fiéis até às 16h30.
O Jornal O Semeador publicou a carta do Papa Pio XII, endereçada ao Arcebispo Dom Ranulpho, felicitando-o pelas bodas de prata de seu episcopado, no dia 11/09/1945.
Ausente por algum tempo para tratamento de saúde, da sede arquiepiscopal, faleceu num sábado, 19/10/1963, em Salvador (BA), em meio à sua veneranda família. Estava com 76 anos. Seus restos mortais estão sepultados em Salvador, na Bahia.
Ao periódico da Arquidiocese de Maceió, Dom Ranulpho, deixou sua mensagem: “O SEMEADOR, cujas tiragens significam a vitória do espírito de sacrifício em favor da causa da boa imprensa, tão abençoada pelo Vigário de Cristo, constituem de acordo com o seu nome, uma sementeira dos ensinamentos e das virtudes do Evangelho”.
Nossa gratidão aos quase 24 anos de serviço apostólico em nossa Arquidiocese.

Com a contribuição de Clayton Bueno Mendonça, seminarista e estudante de Teologia na Faculdade Católica de Pouso Alegre e do Pe. Celso Alípio Mende Silva da Arquidiocese de Maceió, edição centenária do O Semeador. 

Disponível em: http://www.arquidiocesedemaceio.org.br/noticias/arquidiocese/2076/arquidiocese-recorda-os-50-anos-de-falecimento-de-dom-ranulpho 

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