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HISTÓRICO DO ACERVO

     Consta no acervo eclesiástico da Cúria de Maceió a informação que Dom Ranulfo Farias foi o responsável pela organização do Arquivo. Localizado no prédio da Cúria Metropolitana de Maceió, o ACMM foi-se organizando, ao longo do tempo, a partir das necessidades administrativas da Diocese de Maceió. Desde os anos 1940, D. Ranulfo Farias mantinha índices e listas gerais da documentação produzida e transcrita nos livros de tombo. Nos anos 1970 e 1980, D. Miguel Fenelon Câmara, D. Otavio Aguiar e Pe. Delfino Barbosa Neto reordenaram e ampliaram o acervo.

     A partir de 2011, o curso de História da Universidade Federal de Alagoas, através das disciplinas de Estágio Supervisionado em Arquivo e do Protocolo de Intenções assinado entre as instituições, atua como parceiro na organização, preservação e identificação do acervo. Em 2013 foi iniciado o projeto interdisciplinar ALAGOAS HISTÓRICA DIGITAL, dos Cursos de História e Ciências da Computação da UFAL. Este projeto visa identificar, digitalizar e disponibilizar o acervo do ACMM na Internet, através de sistema semântico de busca, democratizando o seu acesso. O ACMM atende pesquisadores, estudantes e outros interessados no conhecimento de seu acervo e na pesquisa histórica.

Transcrição dos Registros[1]

(Do Livro de Tombo nº 2, pág., digo, verso da 98).

“Ao tomar posse deste Arcebispado, o Exmo. E Revmo. Sr. D. Ranulfo da Silva Farias não encontrou aqui arquivo organizado. Os documentos existentes achavam-se dispersos na Secretaria Eclesiástica. Foram então entregues a S. Excia. Revmo. Um Livro de Tombo, hoje do nº 1, e alguns pequenos livros “caixas”, como os de venda dos patrimônios, da construção do palácio arquiepiscopal e de outras rendas e despesas do tempo do Exmo. E Revmo. Sr. D. Santino Coutinho.

O Revmo. Mons. Odilon Coutinho, irmão do falecido. D. Santino, fez a entrega também de vários documentos e mais papéis, que havia levado a Paraíba, afim de revê-los e selecioná-los.

O aludido Livro de Tombo nº 1, ainda que contenha certos documentos de valor, sobretudo os referentes à criação do bispado de Alagoas, à nomeação e posse dos Exmos. E Revmos. Srs. DD. Antônio Brandão, Manoel Lopes e Santino Coutinho, é contudo muito omisso, deficiente, incompleto. Excepção feita dos livros de registros da Secretaria, não existia nenhum outro que fosse fonte dos conhecimentos precisos à administração do atual arcebispo e de seus futuros sucessores.

A parte histórica era, de todo, inexistente.

O Exmo. E Revmo. Sr. D. Ranulfo deu logo início à organização do arquivo, recolhendo os traslados de escrituras e mais elementos encontrados na Cúria Arquidiocesana. Abrindo este novo Livro de Tombo, foi, ao mesmo tempo, nele lançado as notícias que ia obtendo, as informações necessárias, os atos de seu episcopado. E transcrevendo os documentos de valor e utilidade que ia encontrando.

E, assim, o Exmo. Sr. D. Ranulfo escreveu, no correr do ano de 1940, todo este Livro de Tombo nº 2, que ora encerra. Maceió, aos 29 de Dezembro de 1940. + Ranulfo, Arcebispo Metropolitano”.

 

Compilação dos Anos 1970

 

“A Diocese de Alagoas foi criada no dia 2 de julho de 1900, pelo Decreto Consistorial PROSTREMIS HISCE TEMPORIBUS do Papa Leão XIII, pela constituição INTER VARIAS de 13 de fevereiro de 1920, foi elevada à Arquidiocese, sob o pontificado de Bento XV. Até 1940 não havia arquivo organizado. D. Ranulfo da Silva Farias, que tomou posso do Arcebispado em novembro de 1939, foi o primeiro titular a dar início a um trabalho de descobrir e reunir documentos referentes à vida da Arquidiocese, sem obedecer, entretanto, a uma sistemática ou exigências mínimas da arquivologia. A ele se deve o registro, em livros de Tombo, dos eventos relativos à criação do Bispado e à atuação dos Bispos que o precederam. No livro nº 2, página 98v, deixou ele escritas algumas observações sobre o estado em que encontrou o arquivo, das quais extraímos os seguintes tópicos:

“Ao tomar posse desta Arquidiocese, o Exmo. Snr. D. Ranulfo da Silva Farias não encontrou aqui arquivo organizado. Os documentos existentes achavam-se dispersos na secretaria eclesiástica” E mais adiante

“Exceção feita dos livros de registros da secretaria, não existia nenhum outro que fosse fonte dos conhecimentos precisos à administração do atual Arcebispo e e de seus futuros sucessores. A parte histórica era de todo inexistente.”

Quanto à parte de documentação, o que se pode dizer é que o arquivo é muito pobre. Não houve, no passado, como foi registrado por D. Ranulfo na página em referência, o cuidado de guardar e conservar os documentos que pudessem servir de fontes para a história da Igreja no Estado. Diga-se o mesmo dos arquivos paroquiais.

A memória de fatos e acontecimentos anteriores ao episcopado de D. Ranulfo Farias foi, em parte, por ele salva nos 15 livros de Tombo por ele escritos, embora lhe tenha sido difícil recompor aqueles devido à distância de tempo. Não tivesse sido o porfiado interesse, a natural vocação de cronista que possuía, quase nada existiria que pudesse, hoje, ter o nome do arquivo eclesiástico da Arquidiocese.

A partir de 1978, graças à iniciativa do Arcebispo D. Miguel Fenelon Câmara, começou a ser realizado um trabalho de revisão e classificação do pequeno acervo existente, ao mesmo tempo que se procura obter em fontes como o Arquivo Público ou o Instituto Histórico, dados e referências ao passado da Igreja neste Estado”.

Fazem parte desse pequeno acervo as seguintes seções:

 

I.  Bulas e Decretos Consistoriais referentes à criação da Diocese, elevação à Arquidiocese e designação de Bispos.

II. Correspondências das Sagradas Congregações.

III. Idem da Nunciatura Apostólica.

IV. Circulares, Decretos, Avisos e Correspondências dos Bispos

V. Processos de Ordenação – 1809-1980

VI. Processos (poucos e recentes) do Tribunal Eclesiástico.

I. Livros de Tombo do Arcebispado (15)

II. Livros de Tombo de paróquias (Alguns)

III. Livros de despachos 1910-1976

IV. Livros de portarias 1901-1943

V. Livros de Dispensas matrimoniais 1901-1965

VI. Livros de registro de ordenações 1901-1933

VII. Livros de provisões 1902-1977

VIII. Caixas 1902-1973

 

I.  Coleção da ACTA APOSTOLICAE SEDIS 1866-1964

II. Cerca de 300 cartas pastorais de Bispos brasileiros

III. Esquemas de discussão do Concílio Vaticano II

IV. Comunicado Mensal da CNBB 1958-1981

V.  Boletins de Imprensa do Vaticano II

VI. Coleção da revista REB 1941-1970

Atividades desempenhadas pelo Curso de História da UFAL

A partir da estrutura dos anos 1970 foi feito novo arranjo, com a listagem total do acervo iniciada em 2011 e continuada até o presente. A aplicação de técnicas atualizadas de arquivística ajudou a organização do novo arranjo. Percebe-se o aumento considerável da documentação histórica e a ampliação das tipologias existentes no acervo. 

A Origem do Material recolhido e sistemática de recolhimento[2]: A maior parte da documentação é proveniente das Paróquias, dos Movimentos e Pastorais da Arquidiocese de Alagoas; e seus órgãos gestores da administração eclesiástica. A recolha da documentação não está sendo feita ainda de modo sistemático. No entanto, em 2014, D. Antonio Muniz encaminhou uma circular às paróquias para o recolhimento ao Arquivo dos livros e documentos de no mínimo 50 anos atrás. Têm chegado, principalmente, livros de batismo, casamento e óbitos de finais do século XIX e primeiras décadas do século XX. 

 

Lista Geral dos FUNDOS e COLEÇÕES

I.  Chancelaria (Câmara Eclesiástica)

Séries

  1. Bulas e Decretos Consistoriais.

  2. Correspondências das Sagradas Congregações.

  3. Correspondências da Nunciatura Apostólica.

  4. Cabido Metropolitano

  5. Circulares, Decretos, Avisos e Correspondências dos Bispos

  6. Processos de Ordenação – 1809-1980

  7. Tribunal Eclesiástico

 

II. Assentamentos

Séries

  1. Atas

  2. Livros de Tombo do Arcebispado (1900-c.1970)

  3. Livros de Tombo de paróquias (c.1875-1950)

  4. Livros de Batismo, Casamento, Crisma e Óbitos (c.1820-1990)

  5. Livros de despachos (1910-1976)

  6. Livros de portarias (1901-1943)

  7. Livros de Dispensas matrimoniais (1901-1965)

  8. Livros de registro de ordenações (1901-1933)

  9. Livros de provisões (1902-1977)

  10. Caixas (1902-1973)

 

III.  Orientações Episcopais e Doutrina

Séries

  1. Coleção da ACTA APOSTOLICAE SEDIS (1866-1964)

  2. Cerca de 300 cartas pastorais de Bispos brasileiros

  3. Visitações pastorais

  4. Relatórios Arquidiocesanos

  5. Estudos e análises conjunturais

  6. Ecumenismo

  7. Ensino Religioso e Catequese

  8. Esquemas de discussão do Concílio Vaticano II

  9. Boletins de Imprensa do Vaticano II

 

IV. Paróquias

Séries

  1. Paróquias – documentação histórica

  2. Patrimônios

  3. Dízimo

  4. Fichas de contribuição financeira mensal

  5. Recibos

  6. Tabelas de emolumentos paroquiais

 

V. Clero, Religiosos(as) e Seminário

Séries

  1. Correspondências do clero

  2. Correspondências dos seminaristas

  3. Sacerdotes – questões

  4. Padres Vivos e Falecidos

  5. Diáconos

  6. Presbíteros

  7. Congressos Eclesiásticos

  8. Seminário Diocesano

  9. Vocações – estudos

  10. Congregações Religiosas

 

VI. Organizações Leigas

Séries

  1. Irmandades e Confrarias

  2. Movimentos sociais e políticos

  3. Pastorais Sociais

  4. Comissões e Relatórios

  5. Associações

  6. Campanhas

  7. Comunicação Social

 

COLEÇÕES

  1. “O Semeador”

  2. “Revista Eclesiástica Brasileira”: 1941-1970

  3. “Comunicado Mensal da CNBB”: 1958-1981

  4. “Microfilmes”

  5. “Audiovisual”

  6. “Recortes de jornais”

  7. “Fotografias”

  8. “Mapas”

  9. “Livros, teses e dissertações”


[1] Os textos transcritos são o único registro conhecido que se tem sobre a origem do Arquivo e sua organização inicial. Esta compilação encontra-se no arquivo. A partir dela um novo arranjo para o acervo foi construído. 

[2] Ref. André Porto Ancona LOPES. Como descrever documentos de arquivo: elaboração de instrumentos de pesquisa. Col. Fazer vol. 6. Arquivo do Estado/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002.

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